Em diversos contos de autores baianos da segunda metade do século 20, fxados, por exemplo, na antologia Panorama do conto baiano, organizada em 1959 por Nelson de Araújo e Vasconcelos Maia, encontram-se frequentemente elementos relacionados aos confitos, muitas vezes brutais, ocorridos em regiões distantes da capital, a exemplo de tragédias envolvendo índios, jagunços e tropeiros, retratadas por Adonias Filho em “O brabo e sua índia”, e a inevitável presença dos coronéis, para os quais a vida de míseros agricultores “de corpo amarelo e inchado” valia menos do que a das onças caçadas nas matas do Sul baiano, como em “A caçada do coronel”, de Camillo de Jesus Lima. Encontram-se, também, marcas vívidas de um tempo presente, numa selva urbana cuja selvageria traduzia-se no arbítrio da repressão política e da censura, na qual a caça passava a ser o homem comum, perseguido por policiais e delegados soturnos, como no Ariovaldo Matos de “A dura lei dos homens”.